Quem convive com os pequenos tem percebido que é cada dia mais difícil fazer as crianças comerem bem, e manterem uma alimentação saudável.
Na seção de doces no supermercado fica difícil controlar as “formiguinhas”. E o desafio de montar um carrinho com compras saudáveis fica maior ainda, quando escutamos o pequeno falar “MÃEEE, COMPRA A BOLACHA QUE EU VI NA TV?”
Hoje em dia, ao nos alimentarmos, não nos preocupamos apenas com a qualidade nutricional dos alimentos, mas também com o gosto, a aparência, a cor e a praticidade. Tais critérios de escolha, acabam por aumentar o consumo de alimentos industrializados, principalmente por crianças e adolescentes.
Apesar da inexistência de recomendações específicas quanto à quantidade e frequência do consumo de alimentos industrializados na dieta infantil, sabe-se que devem ser desencorajados nos primeiros anos de vida, devido às evidências de que sua ingestão continuada e excessiva promove prejuízos no desenvolvimento, além de doenças crônicas como diabetes e hipertensão.
Alguns estudos sugerem que o consumo excessivo de industrializados é determinado por fatores como renda familiar, idade e escolaridade materna, porém a mídia tem exercido papel fundamental na formação de novos hábitos alimentares, em especial de crianças. A televisão, dentre todas as mídias veiculadoras de publicidade, é a mais significativa pelo tempo de exposição das crianças. Através desse meio de comunicação elas podem adquirir uma concepção inadequada do que é um alimento saudável.
A divulgação de alimentos está mais focada em aspectos publicitários, ou seja, comerciais, do que aspectos informativos sobre as características nutricionais desses alimentos, ocasionando ao consumidor uma dificuldade imensa em compreender a real composição destes produtos. Devido a esses agravos, diversos países tem adotado medidas para limitar essa publicidade e propaganda voltada ao público infantil, como exemplo, aqui no Brasil, em 2016, Superior Tribunal de Justiça (STJ) proibiu a campanha publicitária dirigida ao público infantil, assim protegendo as crianças contra todo tipo de publicidade abusiva, que estimula o consumismo e hábitos alimentares não saudáveis.
Em um estudo de Naves e Weber (2004), foi aplicado um questionário à pais de crianças na faixa de 2 a 6 anos, sobre a alimentação dos filhos e como se comportam no supermercado, e, segundo os pais, as crianças procuram primeiramente iogurtes, seguido dos salgadinhos industrializados, bolachas e chocolates. Em relação aos produtos menos procurados por elas, destacam-se os legumes, pães e hambúrgueres. Concluiu-se, então, que a propaganda e a embalagem influenciam a escolha de alimentos pelas crianças.
Neste estudo percebeu-se também que a maioria dos pais não leva seus filhos às compras, pois admitem o poder de influência das crianças na aquisição de alimentos. Para conseguir inserir uma alimentação mais saudável, é importante estimular as crianças a participar do preparo das receitas preferidas, desde a compra dos alimentos, até a montagem do prato. No nosso texto “Como fazer meu filho ter uma alimentação mais saudável?” você pode encontrar essa e outras dicas para te ajudar na hora de convencer os pequenos a comerem de tudo.
Que tal inserir seu filho nas atividades de compras, como supermercado e feira? Conversando, argumentando e educando-o sobre compras conscientes e alimentação saudável.
Fonte: FOFUUU